quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Discos: Perfect Symmetry por Keane (2008)


Uma magífica banda que veio com uma proposta diferente no meio das bandas de Indie Rock atuais, que abusam das guitarras. Ela começou numa cidade pacata no interior da Inglaterra, onde os jovens não tinham muito futuro, a banda então começa cantando o que viam ao seu redor.

A banda é atual para ao grande público, mas ela já existe há 11 anos, as influências que eles já citaram foram: Ramones, U2, Oasis, REM, The Smiths, Queen etc.

A banda ficou conhecida por não utilizar instrumentos de cordas nas suas músicas, apesar de que ao vivo na turnê do disco Under The Iron Sea um violão é usado na música Prince Frog.

Ao lançarem seu primeiro disco em 2004, o Hopes and Fears a banda estourou de vez, fazendo grande sucesso com os hits Somewhere Only We Know e Everybody's Changing principalmente, mas o disco todo foi aclamado.

O segundo, Under The Iron Sea (2006), seguiu a mesma linha do primeira, porém com um pouco mais de energia, os hits foram Is It Any Wonder? e Crystal Ball, não se sabe ao certo se eles superaram o primeiro disco, pois os dois são iguais em qualidade. Já com um público considerável, a banda foi convidada para abrir shows da turnê Vertigo do U2 em 2006.

Agora o mais recente lançamento é o Perfect Symmetry, que dá uma pequena quebrada com os trabalhos anteriores, mas não totalmente. Há mais uma injeção de energia nesse trabalho, abandonando a melancolia do primeiro disco. O disco é marcado por eles usarem oficialmente em estúdios guitarras elétricas.


Spiralling: Seguindo a linha do disco anterior, a canção de abertura é bem animadinha, uma batida à la anos 80, um sintetizador e no verso só o piano, voz e bateria, Keane puro. Ela é legal, mas nada espetacular, boa pra curtir, gostosinha.

The Lovers Are Losing: Essa sim é uma grande música, nos moldes que o Keane sempre usa, mas com uma cara de anos 80, lembra até Killers, pra comparar com algo recente. Até o vocal parece com Killers. A música é magnífica, esplendorosa, dá vontade de VOAR!! A melhor do disco, com toda certeza.

Better Than This: Chaplim inovando seu modo de cantar, explorando mais a voz. A música é bem simples, a melodia não é pra baixo, tem uma boa atmosfera no refrão. É boa pro disco, mas não tem potencial pra ser boa ao vivo.

You Haven't Told Me Anything: Batida eletrônica, uma coisa mais viajada, os sintetizadores dão a sensação de ser estar num ambiente sem gravidade. Música peso-morto.

Perfect Symmetry: Essa você pode ouvir e afirmar "é Keane", uma grande música, o Keane é especialista nesse tipo de som. Piano e sintetizadores se misturando e fazendo você viajar, a voz sempre casando perfeitamente. O pré-refrão sempre muito forte, fazendo uma ótima transição, o refrão não cresce tanto, mas é cativante.

You Don't See Me: Doce e triste, uma balada no estilo da banda mesmo. Grande vocal, intrumental bem ambiente, e um piano bonitinho no final do verso. Pra que não gosta da banda, vai causar sono, pra quem curte o estilo vai ter uma viagem na sua memória e dependendo da lembraça poderá derrar até uma lágrima (EITA!). É uma música que te faz lembrar um momento muito forte na sua vida, muito bom, com pessoas queridas, no meu caso. Ou fantasiar uma situação nova. Lembra U2 pela levada da música, principalmete o final e a bateria.

Again & Again: A introdução pode parecer familiar, sim, You Haven't Told Me Anything é parecido. Mais um no estilo Keane de sempre, o refrão é o que vale a pena na música, forte, mas nem tanto. Mais uma também que se fosse o Killers que tocasse, ninguém iria estranhar. As melodias do Keane realmente me fazem viajar nas lembranças e fantasiar.

Playing Along: Uma balada diferente das outras, e agora com um violão bem audível. É magnífica, sua monotonia no verso agrada, faz você entrar na música, mas ela cresce de repente e volta a monotonia, mais uma viagem. Ela cresce na metade final e assume seu caráter, é muito excitante quando ocorre, um experimento que deu certíssimo, uma das melhores do disco. Você não bota fé nela no começo.

Pretend That You're Alone: Melodia que lembra outra, letra alegrinha e bobinha pelo que parece. Agora se ouve uma guitarra elétrica de fato, acho que esse é o ponto interessante da música até metade dela. Depois ela da uma diversificada e fica mais completa, palmas ao fundo (artifício usado em outras músicas) são descartáveis.

Black Burning Heart: Outra na viagem oitentista, tem um baixo forte, aliás é até raro uma música com baixo tão audível assim no Keane. Apesar disso não foge da fórmula padrão da banda. Mas é bela. Ainda mais o versinho francês declamado no meio da música.

Love Is The End: Uma intro no melhor estilo James Blunt, por sorte não é a voz dele, uma balada de amor como poucas por aí. Uma música de encerramento perfeita, você imagina uma cena de filme, você escuta ela no fim da noite, sozinho, depois de deixar sua amada em casa, é para quem tá apaixonado. Mais lágrimas derramadas, você sente saudade mas não sabe de que.


GERAL: 7,5/10

Um disco apaixonante e energizante, algumas inovações, mas segue no geral a linha Keane com um acréscimo de anos 80. O que deixa o som da banda muitíssimo parecido com The Killers. É o estilo de música que você ouve sempre que está (pseudo)inspirado, algo que pode não enjoar nunca em certas situações e ser extremamente repetitivo e sonolento em outras. Mas pra quem aprecia é um disco MARA!
Mais um disco desses e o Keane não crescerá mais, a inovação é uma exigência nos tempos de hoje, há quem viva no universo dos anos 70 e 80 numa boa, sem precisar de nada mais, mas não são muitos, então pra ganhar dinheiro e sustentar uma vida de rockstar é preciso, não se vender, mas ser ousado e não ficar na mesmice. Bom, se você for do AC/DC é o inverso do que eu disse atrás.


Destaques:

The Lovers Are Losing
http://www.youtube.com/watch?v=e3L4SKfVx1Q


Playing Along
http://www.youtube.com/watch?v=ah1ipV7Rqyc

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