sábado, 13 de fevereiro de 2010

Lithium


















Eu não sei bem, o que eu poderia dizer? Quem sabe um dia.
A platéia observa atenta tudo de longe, sem alarmes, confortáveis nas poltronas, todos seguros de si. Quanta hipocrisia.
Pode parecer impressão, mas a vida insiste em flertar com o nosso caminho. E a flecha vai te pegar em cheio cara, acredite. E você tem outra sugestão?
E nem sabemos ao certo porque nos sentimos assim. E por fim tudo é tão idiota, e o sol insiste a se alinhar nessa mesma forma imbecil, permanente e intolerante.
A criança sorriu, e eu me permiti em apenas fixar-me no plexo do seu olhar, sem maiores julgamentos.
Uma foto, apenas uma imagem. Absorção, reflexão, ou quem sabe o clarear da imensidão da nossa interna escuridão?
Notícias de guerra, mensagens de amor de um país distante, de uma nação já há muito tempo esquecida.
Ecos que se sobrepôem, que se disfarçam em meio a primavera. Ondas estacionárias que se chocam frente ao alvo que a refletem.
Ou talvez um espelho. O que nós vemos diante de nós? Será eu? Ou quem sabe você? Bem, não sei ao certo. Quem sabe teria o espelho a distinção de projetar por um feixe de luz toda a essência de nosso ser, a nossa transcendência, aquilo que não conseguimos ver? Ou seria o espelho um mero projetor de imagens opacas e distorcidas? Ou seriamos nós exatamente a conjunção de todas essas objeções e reluzencias? Um resultado confuso e conflitante de projeções opacas e distorcidas, fragmentárias e inconssistentes? No espelho vemos a projeção da nossa imagem? Ou estariamos nós "projetando" nele o resultado de todas as nossas incertezas, frustações e inseguranças?
Uma sutil abreviação, inconssistente, porém permanente em sua tática obsessiva.
Essa é a minha modalidade de guerrilha.

4 comentários:

Leonardo Dominiscki disse...

Diga-me de onde surgiu e a que se refere o texto.

Anônimo disse...

Léo, eu fiz este texto no reveillon de 2008 pra 2009. Minha familia tinha viajado e eu fiquei sozinho na casa do meu pai no interior. Eu lembro que tava ouvindo o pablo honey do radiohead e deu a vontade de escrever. O titulo é uma referencia a Lithium do Nirvana. As ideias foram surgindo e eu fui escrevendo, só isso. Não sei ao que se refere tb.

Leonardo Dominiscki disse...

Ah sim, entendi.
Bacana cara, mas inconssistente foi foda.

Anônimo disse...

ta errada a grafia da palavra?